domingo, outubro 28, 2012

Em Reforma


Que Igreja somos ? Que Igreja queremos ser ? Que Igreja devemos ser ? Sou cristão autêntico ? Meu testemunho é verdadeiro, expressa o evangelho de Cristo ? As pessoas podem “ver”  Cristo em mim ?
Um dos princípios básicos da reflexão é construir perguntas que exijam de nós o pensar, quanto mais melhor, antes de responder. Pois é através da reflexão que conseguimos descobrir saídas para as dificuldades, programas contra o imobilismo, motivação para reagirmos a nossa depressiva monotonia da vida e assim por diante. Como Igreja, que é um organismo vivo – o Corpo de Cristo, também devemos criar perguntas que nos auxiliem a reflexão sobre nosso caminhar coletivo e sobre a individualidade da vida cristã. Neste caso as perguntas acima são desafiadoras, exigentes, articulam os nossos pensamentos em direção a um comprometimento com os valores do Evangelho, com as propostas de justiça do Reino de Deus. 
Nos “encostam na parede”, nos colocam em uma “sinuca de bico” girias que expressam  situações difíceis que exigem de nós decisões rápidas e acertadas, para que saiamos da situação na qual estamos colocados. A quase cinco séculos atrás, a exatamente 495 anos, o Monge Martinho Lutero indagou muitas coisas sobre o cristianismo, suas reflexões produziram 95 teses as quais ele afixou na porta da Igreja em Wittenberg em 31 de outubro de 1517, para convidar a comunidade acadêmica para debater suas idéias, podíamos chamar isto de convite a reflexão coletiva. 
Deste ato de reflexão e coragem, que foi denominado de REFORMA PROTESTANTE, surge o movimento protestante que deu origem ao Metodismo e a muitas outras Igrejas. Uma Igreja reformada tem uma herança preciosa que conduz sempre ao ato reflexivo e a manter-nos “em reforma” porque o tempo nos induz a cristalizarmos rotinas que já não são capazes de produzir justiça, paz, alegria. A monotonia destas rotinas geram imobilismo, desmotivação, fundamentadas em uma assertiva muito conhecida : “aqui sempre foi assim, por-que haveríamos de mudar?” Este tipo de pergunta, que não gera reflexão, pois é afirmativa, traduz-se em verdade em uma argumentação que fundamenta a manutenção do status adquirido ao longo dos anos. É bem verdade que a herança que recebemos deve ser resgatada, mas não para causar o imobilismo e sim para servir como exemplo de dinamismo e coragem como aconteceu com Martinho Lutero e posteriormente, por exemplo, com João Wesley. Homens de seu tempo que não desprezaram a herança recebida mas, por meio delas, arguiram suas práticas e os conduziram a reflexões árduas proporcionando-lhes que viessem a ser ícones de seu tempo por ações inspiradas, inteligentes que transformaram a prática do viver cristão individual e coletivo. 
Portanto irmãos nesta data importante do cristianismo protestante sejamos hábeis reformadores, não nos deixando levar pela desmotivação e imobilismo achando que não podemos criar nada novo, algo que seja útil a implantação do Reino de Deus, antes lembremos o patrimônio cultural-religioso que temos, o patrimônio físico que está disponível, os dons que o Espírito Santo oferece a nós como Igreja e a sabedoria de Deus que Ele infunde em nós pelo seu Espírito e sejamos corajosos como foram Lutero, Wesley e tantos outros cristãos ao longo de nossa linda história.  
Levantemos novamente um dos lemas da reforma protestante : “Igreja Reformada sempre Reformando”
Abraço a todos e todas, Pastor Marcos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário