domingo, maio 13, 2012

“Venho derramando minha alma perante o Senhor”


Leia I Samuel capítulo 1

Hoje comemoramos merecidamente e com gratidão o dia das mães. Todos sabem das questões comerciais que envolvem estas datas especiais, principalmente em tempo de economia em desenvolvimento e com certo equilíbrio, mas não é sobre aspectos comerciais que desejo escrever e sim sobre o testemunho de uma mulher que é até hoje um exemplo para mulheres e homens.
Seu nome ANA, esposa de Elcana, mulher estéril, “atribulada de espírito” de muitas “ansiedades e aflições” que sofria com o fato de não ser mãe. No antigo Israel a população compreendia a esterilidade como uma condenação de Deus por causa dos pecados cometidos; Ana sofria por causa do desejo de ser mãe, pelas acusações sociais, por causa do deboche da segunda esposa de Elcana (a sociedade era poligâmica naquela época); embora fosse amada por seu esposo que a protegia com cuidados diferenciados. Nada disso podia reduzir os sentimentos de frustração, das pressões e irritações que lhe impunha a rival e a sociedade. Nesta situação de muita pressão Ana - na visita anual ao templo – ora a Deus.
Em verdade Ana dá a sua oração uma dimensão mais profunda do que apenas contar a Deus suas frustrações e fazer um pedido, a bíblia relata o diálogo dela com o Sacerdote Eli e parte do texto diz: “venho derramando minha alma perante o Senhor” nesta expressão há uma dimensão de grande profundidade da fé.  Confiar em Deus ultrapassa as possibilidades de solicitar a Deus que nos conceda uma bênção, um milagre, o suprimento de uma necessidade, a conclusão de um ideal, de um sonho ou de um desejo, a fé estabelece uma relação muito mais profunda com Deus do que rogar a um depositário que libere suas benesses para que vivamos de maneira mais tranquila. Ana colocou-se diante do Deus eterno em situação de estrema vulnerabilidade, derramar significa expor todos os sentimentos, todas as aflições, amarguras, irritações, pressões, tribulações (hoje daríamos a isto um nome:  estresse); Ana, também, depõe a profundidade do que ela era, o texto diz : “venho derramando a minha alma  , a alma indica a profundidade do ser humano, a psicologia pode nos dar uma dimensão mais ampla do que seja a alma, mas em termos bíblicos significa o âmago do ser, nada há além da alma. Este derramar da alma  toma a dimensão da relação que devemos ter com Deus, ou seja nada há que não possa e não deva ser aberto de nossas vidas diante de Deus. Ana orou todavia sua oração foi além do conversar com Deus, ela derramou-se confiantemente ao Senhor da vida para expor a sua vida, a intimidade de seus sentimentos mais profundos reservados a sua alma.
Mães, todas vocês tem semelhanças com Ana, todas tem suas preocupações, aflições, lutas, tribulações, angustias, ansiedades, seus estresses. Deus é o mesmo, ontem, hoje e o será para sempre, como Ana façam o exercício de ir ao templo e derramaram-se diante do Senhor Deus em oração, com a mesma fé,  tratando a alma e cuidando de seus sentimentos sejam eles quais forem. Deus atendeu a Ana concedendo-lhe os desejos de seu coração porque na oração de Ana a Deus havia uma relação de confiança e de entrega, entrega do bem mais precioso que Ana possuía a sua alma (entendo como identidade do ser) ou seja uma linda relação de entrega confiante, total, do ser a Deus sem subterfúgios, sem “esconde-esconde”. Entregue-se a Deus e ele responderá os anseios de seu coração, preencherá sua alma de vida e de pleno significado, porque Deus saberá oferecer-lhe o que de fato tens necessidade.
Neste domingo, em que homenageamos as mães, a Igreja Metodista deseja a todas vocês que tenham uma relação de intimidade com o Senhor Deus  através da qual possam afirmar “venho derramando a minha alma ao Senhor” e assim vivam - como Ana - as mais ricas experiências com Deus.

Forte abraço a todas as mães,
Pastor Marcos