O que somos ?
Atos
2 : 42 – 47
A pergunta acima tem
rondado minhas reflexões e preocupações. Por - que seria importante refletir
sobre uma pergunta como esta ? Certamente para que você, irmão e irmã,
compreenda a minha preocupação é preciso contextualizar a pergunta, então aqui
vai .Do século dezesseis em
diante temos dois ramos do cristianismo no ocidente : a Igreja Católica
Apostólica Romana e o Protestantismo representado por algumas denominações (Luterana,
Anglicana, etc.). A população percebia com certa facilidade as diferentes
propostas de vida cristã, e até podia identificar as pessoas pelo comportamento,
que denotava o que elas criam . Nos dias presentes temos uma gama enorme de
Igrejas cristãs, um número estatístico significativo da população que afirma
ser evangélico, mas temos dificuldades em perceber diferenças comportamentais
entre os vários grupos religiosos presentes em nossa sociedade.
Observando a diversidade
da natureza criada por Deus, me pergunto : somos todos iguais ? Com relação ao
pecado sim, somos todos iguais, pecadores. Mas enquanto Igreja devemos ser
todos iguais ? Creio, que não ! Temos que respeitar nossas características
próprias, avançar com nossas propostas evangelísticas, nosso trabalho social,
nossa forma de adoração e louvor, nossa administração eclesiástica, e assim por
diante. Lembro uma frase do Bispo Adriel de Souza Maia: “há pecadores para todo mundo”. Isto significa que a Igreja tem um
perfil e quando ela se auto respeita alcança uma parcela da população que
outras denominações não conseguirão atingir, e vice-versa; com isso retorno a
idéia da diversidade da criação de Deus. Há pássaros mas eles não são iguais,
tem cores diferentes, cantos diferentes, tamanhos diferentes, hábitos
diferentes, habitat diferentes; eles nos ensinam que a diversidade é uma
necessidade no projeto de criação implementado por Deus. Semelhantemente as
Igrejas precisam ser diferentes para conseguirem alcançar o maior número de
pessoas possível com a proclamação do Evangelho.Por este motivo
precisamos refletir sobre nossa história, nossa caminhada ministerial, nossas
tradições, nossa contribuição à sociedade civil. Rever nossas decisões que se
equivocaram se comparadas com este capital cultural religioso que nossa Igreja
tem; precisamos redescobrir o que somos.
O que Deus quer da
Igreja Metodista neste município ? Que sejamos mais uma Igreja com o mesmo
modelo, padrão denominacional que as demais Igrejas ? Não creio que Deus tenha
levantado o Metodismo para ser uma igual entre outras iguais. Cabe a nós
(especialmente a liderança da Igreja) nos debruçarmos na mais profunda reflexão
que consigamos para construirmos uma visão adequada daquilo que somos. Será por
este caminho, árduo é verdade, que nós nos constituiremos em uma Igreja viva,
forte, dinâmica, acolhedora, com identidade definida, que saiba dar resposta as necessidades do
próximo, que seja referência para a população no exercício do cristianismo.
Isto não passa apenas pelo
coletivo – a Igreja – perpassa o individuo – eu. Sei o que sou ? Minha
conversão a Jesus Cristo foi prá valer? Precisamos nos reencontrar com o corpo
doutrinário que a Igreja propõe e verificar se de fato é o que acreditamos e se
há disponibilidade para arcarmos com os deveres desta condição de cristão
metodista. Quando assim refletirmos e decidirmos o que somos, então haverá
crescimento mesmo sendo diferentes das demais denominações.Nesta direção a CLAM
(Coordenação Local de Ação Missionária) reuniu-se sexta e sábado último, para
pensar que Igreja somos. Nos reunimos para construir um planejamento que nos
auxilie na confecção de projetos cujas ações estejam ajustadas as nossas
doutrinas, o nosso modo de ser, a nossa proposta de vida cristã, a nossa visão
missionária, a nossa capacidade administrativa gerando vida em meio aos sinais
de morte.Não será possível
caminhar nesta direção sozinho. Você irá conosco ?Abraços,
Pastor Marcos