domingo, abril 15, 2012

O que somos ?



Atos 2 : 42 – 47
A pergunta acima tem rondado minhas reflexões e preocupações. Por - que seria importante refletir sobre uma pergunta como esta ? Certamente para que você, irmão e irmã, compreenda a minha preocupação é preciso contextualizar a pergunta, então aqui vai .Do século dezesseis em diante temos dois ramos do cristianismo no ocidente : a Igreja Católica Apostólica Romana e o Protestantismo representado por algumas denominações (Luterana, Anglicana, etc.). A população percebia com certa facilidade as diferentes propostas de vida cristã, e até podia identificar as pessoas pelo comportamento, que denotava o que elas criam . Nos dias presentes temos uma gama enorme de Igrejas cristãs, um número estatístico significativo da população que afirma ser evangélico, mas temos dificuldades em perceber diferenças comportamentais entre os vários grupos religiosos presentes em nossa sociedade.
Observando a diversidade da natureza criada por Deus, me pergunto : somos todos iguais ? Com relação ao pecado sim, somos todos iguais, pecadores. Mas enquanto Igreja devemos ser todos iguais ? Creio, que não ! Temos que respeitar nossas características próprias, avançar com nossas propostas evangelísticas, nosso trabalho social, nossa forma de adoração e louvor, nossa administração eclesiástica, e assim por diante. Lembro uma frase do Bispo Adriel de Souza Maia: “há pecadores para todo mundo”. Isto significa que a Igreja tem um perfil e quando ela se auto respeita alcança uma parcela da população que outras denominações não conseguirão atingir, e vice-versa; com isso retorno a idéia da diversidade da criação de Deus. Há pássaros mas eles não são iguais, tem cores diferentes, cantos diferentes, tamanhos diferentes, hábitos diferentes, habitat diferentes; eles nos ensinam que a diversidade é uma necessidade no projeto de criação implementado por Deus. Semelhantemente as Igrejas precisam ser diferentes para conseguirem alcançar o maior número de pessoas possível com a proclamação do Evangelho.Por este motivo precisamos refletir sobre nossa história, nossa caminhada ministerial, nossas tradições, nossa contribuição à sociedade civil. Rever nossas decisões que se equivocaram se comparadas com este capital cultural religioso que nossa Igreja tem; precisamos redescobrir o que somos.
O que Deus quer da Igreja Metodista neste município ? Que sejamos mais uma Igreja com o mesmo modelo, padrão denominacional que as demais Igrejas ? Não creio que Deus tenha levantado o Metodismo para ser uma igual entre outras iguais. Cabe a nós (especialmente a liderança da Igreja) nos debruçarmos na mais profunda reflexão que consigamos para construirmos uma visão adequada daquilo que somos. Será por este caminho, árduo é verdade, que nós nos constituiremos em uma Igreja viva, forte, dinâmica, acolhedora, com identidade definida,  que saiba dar resposta as necessidades do próximo, que seja referência para a população no exercício do cristianismo.
Isto não passa apenas pelo coletivo – a Igreja – perpassa o individuo – eu. Sei o que sou ? Minha conversão a Jesus Cristo foi prá valer? Precisamos nos reencontrar com o corpo doutrinário que a Igreja propõe e verificar se de fato é o que acreditamos e se há disponibilidade para arcarmos com os deveres desta condição de cristão metodista. Quando assim refletirmos e decidirmos o que somos, então haverá crescimento mesmo sendo diferentes das demais denominações.Nesta direção a CLAM (Coordenação Local de Ação Missionária) reuniu-se sexta e sábado último, para pensar que Igreja somos. Nos reunimos para construir um planejamento que nos auxilie na confecção de projetos cujas ações estejam ajustadas as nossas doutrinas, o nosso modo de ser, a nossa proposta de vida cristã, a nossa visão missionária, a nossa capacidade administrativa gerando vida em meio aos sinais de morte.Não será possível caminhar nesta direção sozinho. Você irá conosco ?Abraços,
Pastor Marcos